"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

R. Hermilo Alves, 290, Santa Tereza, CEP: 31010-070 - Belo Horizonte/MG (Ônibus: 9103, 9210 - Metrô: Estação Sta. Efigênia). Contato: institutohelenagreco@gmail.com

Reuniões abertas aos sábados, às 16H - militância desde 2003.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

60 ANOS DO GOLPE DE 1º DE ABRIL DE 1964: ABAIXO A DITADURA!

“Fôssemos infinitos, tudo mudaria. Como somos finitos, muito permanece”.

Bertold Brecht

O golpe militar de 1964 implantou o Estado de Segurança Nacional. Tinha como lemas: Desenvolvimento e Segurança - Deus, Família e Liberdade. A partir do golpe, foram 21 anos de ditadura sangrenta (1964-1985).  Depois vieram 39 anos (1985-2024) de algo que a cultura política hegemônica chama de democratização. Trata-se na verdade da longa transição pactuada, tutelada e sem ruptura ainda em curso. Não é a democracia que tem sido consolidada, mas a normalização da exceção brasileira - uma normalização defeituosa que preserva o terrível legado da ditadura.

O caráter de classe do golpe e da ditadura é evidente. É a implementação do projeto burguês de modernização fascista do capitalismo: aprofundamento da aceleração da acumulação capitalista com escalada exponencial da repressão e da exploração da classe trabalhadora. Veio para destroçar o que foi conquistado na luta operária desde pelo menos os anos 1910. Sua composição é a mesma que hoje está no poder: a burguesia financeira, os empresários, os latifundiários, as empreiteiras, as mineradoras, a mídia corporativa, as Forças Armadas, o fundamentalismo cristão.

A ditadura brasileira é o grande paradigma das ditaduras da América Latina dos anos 1960, 1970, 1980. Em longevidade, só perde para a do Paraguai (1954-1989). Forjadas na guerra fria, houve forte presença militar, política, financeira, ideológica, comportamental e cultural do imperialismo estadunidense. O imperialismo francês trouxe a expertise em torturas e desaparecimentos adquirida na colonização da Argélia (1830-1962), vencida pelo povo na Revolução Argelina (1954-1962).

As ditaduras do Cone Sul da América Latina se uniram na Operação Condor para trucidar opositores no continente e fora dele. Seu núcleo comum é o terrorismo de Estado consolidado na Doutrina de Segurança Nacional. Esta preconiza a eliminação dos inimigos internos e a guerra ideológica permanente contra o comunismo. Inimigos internos são as classes perigosas: estudantes, trabalhadoras/es, subversivas/os, opositoras/es, militantes. São também as classes torturáveis: negras/os, indígenas, quilombolas, periféricas/os, loucas/os e todes que se diferenciam da normatividade imposta. Inimigos internos são todas/os que poderiam colocar em risco o desenvolvimento e a segurança.

As Forças Armadas construíram colossal aparato repressivo e ubíqua comunidade de informações. O Serviço Nacional de Informações (SNI) – origem da atual ABIN – foi criado logo depois do golpe militar. Foram articulados organicamente a Polícia Federal, as polícias civis e militares, os grupos de extermínio (atuais milícias) e grupos parapoliciais e paramilitares, como o Comando Caça aos Comunistas (CCC) para extinguir os inimigos internos. Empresários, latifundiários e mídia corporativa participaram diretamente da repressão. Centenas de sindicatos foram fechados, partidos de esquerda e entidades estudantis foram colocados na ilegalidade. No mesmo dia do golpe, 1º de abril, a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), na Praia do Botafogo/Rio de Janeiro, foi queimada.  Havia pelo menos 236 centros de tortura ativos. Neles milhares de pessoas foram presas, torturadas, estupradas, mortas e desaparecidas. Milhares foram cassadas, exiladas e banidas. Tortura, extermínio e desaparecimento forçado foram institucionalizados. Assassinato da memória, mentira organizada, censura, obscurantismo, ódio mortal aos Direitos Humanos se tornaram políticas de Estado.

O binômio desenvolvimento e segurança provocou devastação ambiental e extermínio dos Povos Indígenas e dos Povos Tradicionais. A Amazônia foi militarizada. Mais de 15 mil indígenas foram chacinados em apenas duas regiões. Só no Espírito Santo, desapareceram 10 mil quilombolas. Este número, portanto, pode ser muito maior. Foram criados campos de concentração para os Povos Indígenas, como o Reformatório Krenak (Resplendor/MG) e a Fazenda Guarani (Carmésia/MG), pertencentes à Polícia Militar/MG e controlados pela FUNAI.  Milhares de trabalhadoras/es rurais foram mortas/os em todo o Brasil. Foram igualmente fatais o arrocho salarial, o desemprego e a fome. O Povo Negro foi o mais atingido pela política econômica, pela violência policial, pelos esquadrões da morte (de novo, as atuais milícias). Negras/os foram assassinadas/os aos milhares nas favelas, nas prisões, nos manicômios. Houve profusão de locais de desova e valas comuns clandestinas. Crianças foram alvos da repressão e do negacionismo sanitário na epidemia de meningite dos anos 1970.

Além dos 21 anos de ditadura militar, o Brasil tem no prontuário mais de 500 anos de extermínio dos Povos Indígenas, mais de 350 anos de escravização do Povo Negro e permanente Estado de exceção para a maioria da população. O Estado tem batido recordes mundiais em crimes contra a humanidade. Estes cresceram em escala depois da ditadura, assim como sua invisibilização. Racismo e genocídio do Povo Negro e dos Povos Indígenas são estruturais e institucionais no Brasil. Este é o país das chacinas periódicas - tem a polícia militar mais letal do mundo. Só em São Paulo, no governo fascista de Tarcísio de Freitas (partido Republicanos), a polícia militar executou 80 pessoas nas Operações Escudo 1 (julho-agosto/2023) e Escudo 2 (a partir de janeiro/2024). Tais execuções constituem prática rotineira totalmente normalizada. A guerra ideológica se mantém na forma da mentira organizada, do negacionismo histórico e do obscurantismo exacerbado. As lutas populares continuam criminalizadas. O Brasil é campeão mundial em transfeminicídio. É um dos campeões em feminicídio, violência de gênero e estupros. Cresce a guerra generalizada contra os pobres e a política de encarceramento em massa. Temos a terceira maior população carcerária do planeta – a maioria composta de negras/os.

O que há de mais substancial no legado da ditadura sequer foi tangenciado. Os avanços pontuais no combate a este legado foram arduamente conquistados pelos movimentos sociais, pelos familiares dos mortos e desaparecidos, pelo movimento pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, pela luta das entidades Direitos Humanos e de movimentos de Memória, Verdade e Justiça. Os arquivos da repressão continuam fechados. O aparato repressivo e o ordenamento jurídico/legislativo que o sustenta continuam montados. As Forças Armadas, a ABIN (sucedânea do SNI), a Polícia Federal, as polícias civis e militares, as guardas municipais, a Força Nacional de Segurança Pública são golpistas e entusiastas da ditadura. A Doutrina de Segurança Nacional permanece arraigada no Estado.

Não houve resgate da verdade histórica. As circunstâncias das mortes e desaparecimentos não foram esclarecidas. Os familiares não puderam enterrar seus mortos. Não houve responsabilização dos agentes da ditadura – civis, militares, empresários. Em 2010, com o indeferimento da ADPF 153, o Supremo Tribunal Federal confirmou a equivocada interpretação da Lei 6683/1979 (a lei de anistia parcial). Assim, o judiciário anistiou incondicionalmente torturadores, estupradores, assassinos e ocultadores de cadáveres de opositoras/es da ditadura. Esqueceu que crimes contra a humanidade são inanistiáveis, imprescritíveis e inafiançáveis.

A lista de mortos e desaparecidos é dramaticamente incompleta. O relatório da Comissão Nacional da Verdade – concluído em 2014 – confirma 434 nomes. Nele não constam os milhares de indígenas e quilombolas chacinados. Tampouco os milhares de trabalhadores rurais mortos pela ditadura. Pesquisa recente de Gilney Amorim, ex-preso político hoje pesquisador da UnB, dá conta de mais 1.634 delas/es.

O pesadelo dos quatro anos do governo Bolsonaro terminou, mas o fascismo continua a nos cercar por todos os lados. No país de maior concentração de renda do mundo o neoliberalismo – a nova forma de totalitarismo – tem sucesso radiante. Isto atinge todas as malhas da sociedade: o senso comum nunca foi tão rebaixado, as relações de convivência nunca foram tão aviltadas. Para além da canhestra tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023 – que deve ser radicalmente combatida - o congresso nacional, as assembleias legislativas, as câmaras de vereadores, os governos estaduais e municipais estão eivados de fascistas e ultradireitistas. O governador mineiro Romeu Zema (partido Novo) é outro exemplo gritante. Os milhares de militares que passaram a ocupar postos-chave no aparelho de Estado – nomeados por Bolsonaro - ainda não foram de lá removidos. A prisão dos mandantes das execuções de Marielle e Anderson escancaram a capilaridade sórdida da promiscuidade sistêmica do aparelho de Estado. Esta capilaridade perpassa o aparato repressivo, o aparato legislativo/jurídico, o aparato empresarial/midiático, as forças armadas, as milícias. Isto só é possível porque o totalitarismo de mercado está instalado com tanta desenvoltura.

A tortura, o extermínio e a estratégia do esquecimento se mantêm como políticas de Estado. Desde 2009, parte dos arquivos da repressão tornada pública se encontra sob a custódia do Projeto Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional. O governo golpista de Temer e o governo fascista de Bolsonaro precarizaram ferozmente este projeto. Tal precarização se manteve no governo Lula. Este importante acervo corre sério risco de se perder. O governo Lula sequer restaurou a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos (lei 9140/1995), cancelada por Bolsonaro no final de seu mandato. Tudo isto desemboca na escabrosa declaração presidencial interditando quaisquer manifestações e/ou declarações oficiais em repúdio aos 60 anos do golpe militar. Ao não querer “remoer o passado” Lula reproduz literalmente o tosco jargão das forças armadas contra o revanchismo. Ele fala do lugar de adepto orgulhoso do pacto de conciliação de classes e de pacificação militarizada: legitima as forças armadas – golpistas conceitual e historicamente – como poder moderador guardião das instituições (?). Os militares continuam a tutelar a transição sem ruptura em curso. Trata-se de execrável escárnio à memória dos mortos e desaparecidos, aos familiares e a todas/os que lutam contra o terrorismo de Estado.

Vivemos em um país inóspito e em um mundo cada vez mais distópico. O genocídio perpetrado pelo Estado colonial sionista de Israel contra o Povo Palestino – transmitido em tempo real, ao vivo e em cores – é síntese acabada desta distopia.  Contra todo este horror explícito no Brasil e no mundo devemos reafirmar nossa luta pelos Direitos Humanos entendida como a mais resoluta negação de todas as formas de exploração e opressão. É imperativa a luta permanente contra o terrorismo de Estado. É imperativa a luta permanente por Memória, Verdade e Justiça. Só assim prestaremos o devido tributo e a devida reparação a todas e todos que tombaram nessa luta durante e depois da ditadura. Só assim faremos jus à sua memória e a seu legado. Temos, portanto, longo caminho a percorrer.

GOLPE, DITADURA, TORTURA: NUNCA MAIS!

PELA ABERTURA IRRESTRITA DOS ARQUIVOS DA REPRESSÃO!

PELA RESOLUÇÃO DEFINITIVA DA QUESTÃO DOS MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS!

NEM PERDÃO, NEM ESQUECIMENTO, NEM CONCILIAÇÃO: RESPONSABILIZAÇÃO DOS TORTURADORES E ASSASSINOS DE OPOSITORAS/ES DA DITADURA E DAQUELES QUE COMETEM CRIMES CONTRA A HUMANIDADE NOS DIAS DE HOJE!

PELO FIM DO GENOCÍDIO DO POVO NEGRO E DOS POVOS INDÍGENAS!

ABAIXO O TERRORISMO DE ESTADO E DO CAPITAL!

PELO DESMANTELAMENTO DE TODO O APARATO REPRESSIVO!

PELO DIREITO À HISTÓRIA, À MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA!

FASCISTAS NÃO PASSARÃO!

Belo Horizonte, 1º de abril de 2024

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG


domingo, 10 de dezembro de 2023

10 DE DEZEMBRO DE 2023: DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

Há 75 anos foi promulgada a Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1948, o mundo estava em pleno rescaldo de duas grandes guerras que haviam se sucedido em curtíssimo espaço de tempo. Pela primeira vez todos os avanços científicos acumulados pela humanidade haviam sido aplicados exclusivamente para a destruição, o genocídio e a carnificina em escala industrial - destaque para as bombas atômicas estadunidenses contra Hiroshima e Nagasaki. A partir da Alemanha de Hitler, o bacilo do totalitarismo nazifascista foi solto no planeta. O holocausto de mais de seis milhões de judeus levou ao paroxismo este horror.

Não foi a primeira nem a última vez que os Estados europeus – autodeclarados guardiões da dita civilização ocidental - perpetraram genocídio sistêmico. Este foi inaugurado com o escravismo colonial. A diáspora africana entre os séculos XVI e XIX foi a maior da história. Foi o maior extermínio do Povo Negro e dos Povos Originários de todos os tempos. Com a dominação imperialista/colonialista dos séculos XIX e XX tal horror tem sido praticado em território latino-americano, africano e asiático. O imperialismo estadunidense lidera a globalização da necropolítica.

Ao longo destes 75 anos, milhares de outras declarações, pactos, protocolos e convenções de proteção internacional dos Direitos Humanos foram promulgados. Estes compõem o portentoso mecanismo do Direito Internacional dos Direitos Humanos. Trata-se de documentos civilizatórios. Foram fruto de muita luta dos movimentos sociais pelo mundo afora.

Ainda assim, crimes contra a humanidade e genocídios sistêmicos têm escalado exponencialmente em todo o período de vigência da declaração da ONU. O terrorismo de Estado, inerente ao projeto burguês, tem sido levado a proporções estratosféricas. Afinal, as graves violações dos Direitos Humanos são princípios fundantes do sistema capitalista. Este tem na sua gênese os mais infames negócios: o tráfico de escravizados e a exploração colonial.

Duas terríveis coincidências cronológicas demonstram a ineficácia e as contradições da Declaração dos Direitos Humanos. O apartheid sul africano também foi instituído em 1948. Durou mais de 40 anos (1948-1994) com a inoperância da ONU e a anuência geral do chamado norte global. O apartheid só foi derrubado depois de quase meio século de pressão popular internacional e de luta permanente do Povo Negro sul africano.

O Estado de Israel foi emanado da própria ONU, tendo sido instituído em 14 de maio de 1948. Já nasceu sionista, ou seja, Estado colonial clássico. No dia seguinte à sua criação, Israel consolidou a Nakba, a catástrofe. Mais de 700 mil palestinas/os foram expulsas/os de suas terras ancestrais. Milhares de aldeias foram aniquiladas, sua população foi chacinada. Foram institucionalizados e aprofundados o esbulho do território da Palestina histórica e a política de extermínio de seu povo. Apartheid, racismo, guetização, limpeza étnica, genocídio, tortura, extermínio foram adotados como política de Estado. Desde 07/10/2023 o mundo inteiro está a assistir em tempo real, ao vivo e em cores a consecução da Nakba como política permanente e continuada do Estado sionista racista, supremacista, terrorista e fascista de Israel. A Faixa de Gaza foi transformada em terra arrasada - de maior campo de concentração a maior campo de extermínio da história. Ofensivas cada vez mais violentas atingem a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Mais de 20 mil palestinas/os foram trucidadas/os pelo exército sionista. Mais de cinco mil estão desaparecidas/os. Mais de 36 mil feridas/os e mutiladas/os. Mais de 10 mil presas/os nas masmorras de Israel. Quase dois terços das vítimas palestinas são mulheres e crianças. 

A ONU assiste inerte a implementação da solução final israelense: o extermínio total do Povo Palestino. O governo brasileiro também. É imperativo o rompimento de todas e quaisquer relações com o Estado de Israel. Este se tornou o maior inimigo da humanidade juntamente com seus provedores, os Estados Unidos e a União Europeia. A mídia corporativa é porta voz fiel e incondicional destes inimigos da humanidade.

Quanto ao Estado brasileiro, este é também um dos campeoníssimos mundiais em graves violações de Direitos Humanos. Com o governo Lula o pesadelo do governo Bolsonaro passou, mas o tal bacilo do fascismo continua à solta. Os governadores Romeu Zema (partido Novo/MG) e Tarcísio de Freitas (partido Republicanos/SP) são fascistas orgulhosos e declarados. O governo federal continua atrelado ao agronegócio, ao capital financeiro, às empreiteiras e mineradoras. Continua atrelado às Forças Armadas: não conseguiu sequer restaurar a Comissão Especial sobre Mortos e Desparecidos (Lei 9.140/1995), extinta pelo fascista Bolsonaro em dezembro de 2022. O Brasil tem a maior concentração de renda do planeta. É o país do racismo e do genocídio estrutural e institucional do Povo Negro e dos Povos Indígenas. Neste ano, em menos de 20 dias (entre julho e agosto) mais de 60 pessoas foram executadas pelas forças policiais em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia – jovens, crianças, negros e periféricos. Ainda está em curso o processo de extermínio dos Yanomami – agora também naturalizado pelo Estado e pela mídia corporativa. A Amazônia militarizada recrudesce este quadro. O Brasil tem a terceira maior população carcerária. Ocupa o primeiro lugar em transfeminicídio. Está também entre os primeiros em feminicídio e estupros. Tem uma das leis contra o aborto mais retrógradas do mundo.

Na sanha privatista do totalitarismo de mercado, até a água se torna commodity – juntamente com saúde, educação e transporte público. No dia 6 de dezembro, a PM reprimiu ferozmente manifestação de trabalhadoras/os na Assembleia Legislativa de São Paulo por protestarem contra a privatização da água. Manifestantes foram espancadas/os, feridas/os gravemente e presas/os. No dia 7 de dezembro, a PM do Rio de Janeiro reprimiu ferozmente a mobilização da comunidade da Cidade de Deus cobrando do Estado a responsabilização pela execução de Thiago Menezes Flausino (13 anos), fuzilado pelo BOPE com mais de cinco tiros de fusil no dia 7 de agosto deste ano. O país tem a polícia mais letal do planeta – mata pobre e preto todo dia.

Por tudo isto, entendemos que Direitos Humanos e capitalismo não cabem na mesma frase. Direitos Humanos constituem uma construção histórica, só podem ser efetivados na luta de classes. A luta pelos Direitos Humanos é necessariamente Feminista, Antirracista, Anticolonial, Antifascista e Anticapitalista. É luta internacionalista por definição. Ela é travada sempre na perspectiva da interseccionalidade gênero, raça e classe. O Povo Palestino, o Povo Negro, os Povos Indígenas, a classe trabalhadora existem porque resistem! O apoio e a solidariedade incondicionais ao Povo Palestino constituem hoje a luta prioritária da humanidade.

VIVA A LUTA DO POVO PALESTINO! ABAIXO O ESTADO SIONISTA DE ISRAEL!

PELO FIM DO GENOCÍDIO DO POVO PALESTINO, DO POVO NEGRO E DOS POVOS INDÍGENAS!

PELO FIM DAS EXECUÇÕES, DOS FUZILAMENTOS, DA VIOLÊNCIA POLICIAL NOS MORROS, VILAS, FAVELAS E OCUPAÇÕES!

PELA LIBERDADE DE HENDRYLL E LUCAS!

ABAIXO O TERRORISMO DE ESTADO E DO CAPITAL!

NO CAPITALISMO NÃO HÁ DIREITOS HUMANOS!

Belo Horizonte, 10 de dezembro de 2023

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG

20 anos! 


segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

★ ENCONTRO ANUAL DE ESTUDOS DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – 8ª Edição (2023)

 DATA: Quarta-feira, dia 20 de dezembro de 2023;

 HORÁRIO: de 19:00 às 21:00 horas;

 LOCAL/ENDEREÇO: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - Rua Hermilo Alves, 290, Santa Tereza - Belo Horizonte/MG.

 LEITURA PARA DEBATE:

PAPPÉ, ILAN. A origem da violência em Gaza está na ideologia racista da eliminação dos nativos. 09 novembro 2023. Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/634026-a-origem-da-violencia-em-gaza-esta-na-ideologia-racista-da-eliminacao-dos-nativos-artigo-de-ilan-pappe

- Solicitamos a todes, todas e todos que venham com o texto lido em mãos.

- O horário do encontro é de 19:00 às 21:00 horas. Cheguem no horário - aguardaremos a chegada dos participantes até às 19h15. O encontro poderá se estender após as 21h.

- Serão emitidos certificados para participantes.

 INFORMAÇÕES:

@institutohelenagreco

https://www.facebook.com/institutohelenagreco

https://institutohelenagreco.blogspot.com/

institutohelenagreco@gmail.com

*10 de dezembro é o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Neste dia o Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania completa 20 anos de luta contra o terrorismo de Estado e do capital.


domingo, 24 de setembro de 2023

★ ANIVERSÁRIO DA OCUPAÇÃO HELENA GRECO - DIA DAS CRIANÇAS SOLIDÁRIO - 12/10/2023

TODO APOIO À OCUPAÇÃO HELENA GRECO!

Moradoras/es estão organizando "Aniversário da Ocupação Helena Greco - Dia das crianças solidário".

Necessitam de doações, contribuição financeira por via PIX ou qualquer ajuda para a realização da atividade.

- CHAVE PIX:

cozinhasolidariaohg@gmail.com

- INFORMAÇÕES:

WhatsApp - 31 9 8016-7423 - Ju (moradora da ocupação)

@cozinhasolidariahelenagreco


Comemoração de 12 anos da ocupação:

🗓️ Quinta-feira, dia 12/10/2023, às 9H.

📍 Rua Helena Greco (rua principal da ocupação) - Bairro Zilah Spósito - BH/MG.

★ OCUPAÇÃO HELENA GRECO: (R)existe desde 2011

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

★ ZONA LESTE UNDERGROUND - 2ª Edição ★ SÁBADO, DIA 14/10/2023 - DE 12:00 ÀS 21:00 HORAS ★ LOCAL/ENDEREÇO: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - Rua Hermilo Alves, 290, Santa Tereza - Belo Horizonte/MG

ESPAÇO SUJEITO A LOTAÇÃO (ingressos limitados):

• ANTECIPADO:

R$ 15,00 (pagamento via PIX)

- CHAVE: animatiokapitan@gmail.com

*Para informações e confirmação do pagamento do PIX, entrar em contato pelo WhatsApp e enviar comprovante - 31 9 7583 3283.   

• PORTARIA:

R$ 20,00

- Evento sem fins lucrativos - a venda de ingressos será revertida para os gastos com deslocamentos de bandas e para manutenção do espaço.

PROGRAMAÇÃO:

12:00 HORAS - ABERTURA DO ESPAÇO:

- VENDA DE COMIDA VEG pela Casa de Angola - refeição, salgados, chá gelado.

- VENDA DE CERVEJA pela KGC RECORDS a preços populares.

- FEIRINHA UNDERGROUND - discos, camisetas, livros, zines, materiais diversos.

- DISCOTECAGEM EM VINIL com Gabriel Herege - Metalpunk Overkill.

14:00 HORAS (em ponto):

- RODA DE CONVERSA com Ariel Uliana Junior (@arielinvasor):

“4 décadas em Movimento! Vivências e Revoltas do Punk em nossas vidas...”

- LANÇAMENTO DE K7 - Consciência Suburbana: “Ao vivo na Kasa SOUL, em 2021”.

16:00 HORAS (em ponto) - APRESENTAÇÃO DAS BANDAS:

- INVASORES DE CÉREBROS (Punk/HC, 1988 - SP) - Pela 1ª vez em BH! @invasores_de_cerebros

- REPRESSÃO SOCIAL (Punk/HC, 1995 - RJ) - Pela 1ª vez em BH! @banda_repressao_social

- CONSCIÊNCIA SUBURBANA (Punk rock, 1995 - BH/MG) @conscienciasuburbana

- OS DECRÉPTOS (Punk rock, 2007 - BH/MG)  @osdecreptos

ORGANIZAÇÃO/PARCERIA:

- INSTITUTO HELENA GRECO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA - BH/MG
@institutohelenagreco

- KASA SOUL (Espaço Cultural/Social) - Divinópolis/MG 

@kasa.soul

- NO FUTURE DISTRO (Selo/Bandas/Turnês) - Divinópolis/MG 

@nofuture.distro

- K.G.C. RECORDS - Kativeiro Gravações Clandestinas (gravadora) - BH/MG
@kgc_records

- TÊIA PRODUÇÕES (Produção Cultural - Independente, Underground, Autoral) – BH/MG @teiaproducoesbh

- CASA DE ANGOLA (Cozinha Veg - Capoeira Angola) - BH/MG
@casaangola

- METALPUNK OVERKILL (Coletivo que produz eventos de forma underground e autogerida) - BH/MG @metalpunkoverkill

- SETE LAGOAS UNDERGROUND (Selo/Distro/Eventos) - Sete Lagoas/MG

PRESERVE O ESPAÇO: CUIDE DE TUDO E DE TODES/AS/OS AO SEU REDOR!

*nazi/fascistas, ancaps, racistas, machistas, lgbtqiapn+fóbicos: NÃO PASSARÃO!

domingo, 17 de setembro de 2023

★ 50 ANOS DO GOLPE NO CHILE - CINE-DEBATE EM BH

Realizada, na quarta-feira, dia 13/06/2023, a exibição do filme Buscando a Allende, de Carlos Pronzato (cineasta, documentarista, diretor teatral e escritor argentino). O documentário tem sido exibido e debatido em várias cidades a partir do dia 11/09/2023, data dos 50 anos do golpe no Chile.

Em Belo Horizonte/MG aconteceu no Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania. Contou com a participação de Marco Antônio Meyer (ex-preso político banido do Brasil que vivenciou o golpe no Chile) e Richardson Pontone (professor e documentarista). Estiveram presentes ex-presos políticos, exilados e familiares de vítimas da ditadura - muitos com passagem pelo Chile. Vieram também companheiros da Luta Antimanicomial, da Associação Cultural José Martí/MG, militantes de movimentos sociais, trabalhadoras/es em Educação e estudantes.

O golpe militar chileno de 11 de setembro de 1973 deu início a uma ditadura sangrenta que durou 17 anos (1973-1990). Foi uma das mais longevas das ditaduras no Cone Sul da América Latina, juntamente com a do Paraguai (1954-1989) e a do Brasil (1964-1985). No Chile, em registro conservador, cerca de 40 mil pessoas foram perseguidas, sequestradas, presas, torturadas, estupradas, violentadas. Destas, mais de 3.500 foram exterminadas – quase duas mil continuam desaparecidas. Duzentas mil foram exiladas.

Os grandes responsáveis internos por este horror foram as corporações multinacionais, empresariais, financeiras, mineradoras e latifundiárias aliadas às Forças Armadas. Os grandes responsáveis externos foram o imperialismo estadunidense e a ditadura militar brasileira.

O Brasil esteve presente em todas as fases do golpe e de sua consolidação. A participação da ditadura brasileira foi tão escancarada que o embaixador brasileiro no Chile – Antônio Cândido da Câmara Canto – é considerado o quinto membro da junta militar de Pinochet.





PELO DIREITO À MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA!

#DitaduraNuncaMais

Belo Horizonte, 17 de setembro de 2023

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

50 anos do golpe no Chile ★ PROGRAMAÇÃO NACIONAL DE EXIBIÇÃO DO FILME: 'BUSCANDO A ALLENDE', de Carlos Pronzato

CINE-DEBATE EM BH:
🗓️ DATA: quarta-feira, dia 13/09/2023, às 19:00 horas

📍LOCAL/ENDEREÇO: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - Rua Hermilo Alves, 290, Santa Tereza – Belo Horizonte/MG
RODA DE CONVERSA:
MARCO ANTÔNIO MEYER:
ex-preso banido do Brasil pela ditadura. Exilado, vivenciou o golpe de 1973 no Chile;
RICHARDSON PONTONE: professor, fotógrafo e documentarista.

BUSCANDO A ALLENDE:
ROTEIRO, CÂMERA E DIREÇÃO:
Carlos Pronzato;

PRODUÇÃO: La Mestiza Audiovisual (Salvador/Bahia);

CAPA: Ary A. Normanha & Jun Ilyt Normanha;
ANO DE PRODUÇÃO: 2008;
DURAÇÃO: 70 minutos.

CARLOS PRONZATO - cineasta, documentarista, diretor teatral e escritor argentino. Reside há décadas no Brasil produzindo documentários sobre as lutas sociais na América Latina.
@documentaristasocial
@carlospronzato
@lamestizaaudiovisual
@institutohelenagreco

★ CONJUTURA E CHACINAS NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO PENAL - debate com Hamilton Borges

Debate com @hamilton1_borges (escritor e militante). Bate-papo sobre seu novo livro recém lançado - Bantu Machine: o homem que queria ser branco.

🗓️ DATA:
Sábado, dia 09/09/2023, às 16:00 horas.

📍 LOCAL/ENDEREÇO:
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - Rua Hermilo Alves, 290, Santa Tereza - Belo Horizonte/MG.

PELO FIM IMEDIATO DAS OPERAÇÕES E INVASÕES POLICIAIS NAS COMUNIDADES!

PELO FIM DAS CHACINAS E DO GENOCÍDIO DO POVO NEGRO!

PELO DESMANTELAMENTO DE TODO APARATO REPRESSIVO!

PELA REPARAÇÃO DAS VÍTIMAS DO TERRORISMO DE ESTADO!